sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Regresso ao passado...

Nada melhor do que regressar ao passado para experimentar a sensação do que era a qualidade de vida dos nossos (mais recentes) antepassados. Atreita às questões de tudo o que é histórico, o Executivo Camarário quis proporcionar aos habitantes da freguesia de Carvoeiro e a eventuais forasteiros que se aventurem em peregrinação por aquelas bandas, um autêntico regresso ao passado, bem ao estilo dos anos 60, do século passado.

Para o conseguir, a suprema autarquia procedeu à remoção, vai para 2 anos, do que restava do pavimento da Rua das Indústrias, cuja localização se estende para ambos os lados da ponte sobre a ribeira de Carvoeiro, transformando o espaço num autêntico paraíso de lama e poeira, ditados pelos caprichos do tempo.

As pessoas andam satisfeitíssimas com a oportunidade que lhes foi dada de reviverem o passado, os tempos do Estado Novo, em que as ruas do Carvoeiro (como as das demais aldeias do concelho e do resto do país) se enchiam de lama no Inverno e de pó no Verão. Assim, até se vão habituando ao retrocesso que o Governo parece querer impor na vida dos portugueses (à excepção de alguns, que continuam com os usufrutos intactos).

Há até quem vá de propósito, sem que disso tivesse necessidade, dar uma voltinha ao outro lado da ponte, a pé ou de carro, só pelo prazer de se enlamear ou empoeirar.

Como a obra tem decorrido em ritmo elevado, e a sua conclusão se encontra anunciada para breve, já se notam nalgumas pessoas sintomas de depressão por perderem o actual lamaçal. Mas outros, mais esperançosos, acreditam que isso não vai acontecer e até apostam que a obra ainda vai dar para desfrutar de mais uma época da poeira no próximo Verão.





Comentário Final (pondo a ironia de lado):

Na reunião de Câmara de 26 de Outubro, na sequência de uma intervenção de um munícipe, o Vereador António Louro informou que estão a ser feitos todos os esforços para que a obra termine rapidamente.

Esperemos que assim aconteça, para bem da população do Carvoeiro.

O Executivo Camarário cometeu um erro ao avançar com a obra por administração directa (ou seja, recorrendo aos seus próprios meios), sem valorar os transtornos que iria provocar aos utentes, uma vez que, dada a sua dimensão, seria previsível que a mesma se estenderia por um período incompatível com as necessidades e a tolerância dos utentes. Agora, à pressa e fora de tempo, teve de recorrer a um ajuste directo, para conclusão dos trabalhos.

Um erro que não deve voltar a cometer no futuro.


Lama e pó que até dá dó (retomando a ironia)

A população com razão reclama
Já não aguenta tanta lama
Suja a casa quando vai para a cama
E ninguém se incomoda com o drama

Olhem para as pessoas e tenham dó
A seguir à lama vem o pó
Dêem a isto outros ares
E pavimente-se no público antes dos particulares

Há quem julgue que é maldade
Não se concluir a obra
Mas o que há é falta de vontade
E injustiça de sobra

Dá-se prioridade a fantasias
Deixando os munícipes sofrer
Gasta-se em cantorias
E as estradas ficam por fazer

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