terça-feira, 22 de novembro de 2011

Eles só criticam...

Há quem seja da opinião que os Vereadores do PS centram a sua actuação apenas na crítica ao Executivo Camarário, não adoptam uma atitude construtiva, nem apresentam propostas válidas para o Concelho.

Quem assim pensa, faz um juízo de valor semelhante relativamente ao Blog Mação 2013: trata-se de um espaço de informação cujo principal objectivo é “dizer mal” do Executivo Camarário e da sua actuação.

Respeitamos essas críticas mas não concordamos com elas, pelas razões que apresentamos de seguida.


1) O papel dos Vereadores do PS em Mação

A actividade dos Vereadores do PS, que não têm pelouros atribuídos, restringe-se à participação em 2 reuniões de Câmara por mês, as quais servem, nomeadamente, para:

- Discutir e votar alguns assuntos que, de acordo com a lei, têm obrigatoriamente de passar por essas reuniões (p.e., Orçamento e Plano de Actividades, Relatório e Contas ou Alterações Orçamentais);

- Abordar e/ou discutir assuntos diversos relacionados com a actividade camarária, que os membros do Executivo Camarário ou os Vereadores do PS entendam trazer às reuniões.

A gestão da Câmara e o acompanhamento de toda a sua actividade é, assim, da exclusiva responsabilidade do Executivo Camarário, não tendo os Vereadores do PS qualquer interferência neste domínio.

Mesmo em relação aos assuntos discutidos e votados nas reuniões de Câmara, a capacidade de intervenção dos Vereadores do PS é limitada, pelo facto de estarem em minoria.

Muitos desses assuntos são apresentados pelo Executivo Camarário (como não podia deixar de ser, porque é ele que governa). Face a cada um deles, os Vereadores do PS ou estão de acordo com a posição apresentada e ele é aprovado por unanimidade, ou não estão de acordo com ela e o Executivo Camarário faz valer a força da sua maioria para o aprovar. Aliás, já por diversas vezes os seus membros fizeram questão de referir que estão ali para executar a sua estratégia de governação e as medidas que ela encerra.

O facto de, pontualmente, o Executivo Camarário aceitar uma ou outra proposta dos Vereadores do PS, ou de incorporar nas suas propostas algumas sugestões destes, em pouco ou nada altera o quadro de funcionamento referido.

Em conclusão:

- É o Executivo Camarário quem efectivamente governa, e fá-lo como bem entende, fruto da maioria política de que dispõe;

- É errado pensar que os Vereadores do PS têm possibilidade de fazer valer os seus pontos de vista porque poucas vezes o Executivo Camarário mostra disponibilidade para tal.



2) A actuação dos Vereadores do PS em Mação

O contexto em que os Vereadores do PS desenvolvem a sua actividade autárquica, tendo pela frente um Executivo Camarário sempre pouco disponível para acolher as suas ideias e as suas propostas, poderia levá-los a adoptar uma atitude pouco participativa e pouco construtiva nas reuniões camarárias.

Mas isso não tem acontecido, bem pelo contrário. Perante qualquer assunto que se discuta, os Vereadores do PS tomam uma posição que, independentemente de ser favorável ou desfavorável, é sempre devidamente fundamentada e alicerçada nas suas ideias e nos seus ideais.

Por isso, não é correcto acusar os Vereadores do PS de não terem uma postura construtiva ou de não apresentarem propostas válidas. O facto do Executivo Camarário não valorizar essa postura construtiva e de, raramente, acolher as ideias e propostas apresentadas, não as apaga das actas das reuniões.

Muitos dos que fazem tais críticas aos Vereadores do PS talvez nunca tenham lido a acta de uma reunião de Câmara pois, se o tivessem feito, não poderiam fazer esse juízo de valor.


Também é verdade que, com frequência, os Vereadores do PS criticam o Executivo Camarário, seja nas reuniões camarárias, seja publicamente.

Mas essas críticas não são feitas de uma forma avulsa e genérica. Regra geral, elas são fundamentadas em casos concretos da governação e decorrem do facto de, relativamente a muitos assuntos, os Vereadores do PS terem uma visão distinta do Executivo Camarário.

E mais. Ao contrário do que alguns afirmam, as críticas que fazem têm quase sempre implícita uma proposta de actuação que, a seu ver, faria mais sentido. Não querer ver isso é querer tampar o “sol com uma peneira”.


Em conclusão:

As críticas não incomodam os Vereadores do PS. Convivem bem com elas e aceitam-nas com o espírito democrático que têm bem enraizado e que transportam para a sua actividade autárquica. Mas não podem deixar de as rebater, sob pena de darem azo ao ditado que diz “quem cala consente”.

1 comentário:

Ceia Simões disse...

Vão ser precisos muitos anos para que as filosofias políticas se ajustem aos altos interesses dos povos e dos países e muito mais para que os políticos as digiram e a elas se adaptem e sigam com verdadeiro espírito de sacerdócio (entenda-se que políticos não são os fazem e seguem a vida política e a usam para proveito próprio mas antes os que a cultivam e a vivem com humildade e em sacerdócio para bem de todos).
Veja-se as guerras e comportamentos entre dirigentes de clubes desportivos, sócios e adeptos cujo transvazar acima do anormal permite validar o estado primário dos humanos e das suas incapacidades de usarem com inteligência e harmonia as diferenças e as disputas saudáveis em proveito de todos e da sociedade não obstante o actual estado da arte do conhecimento.
Não será pois de admirar os erros e os crimes que se praticam e cometem em todas as vertentes das sociedades só pela simples razão de se dispor de poder e poder democrático.
Veja-se como se é capaz de unir e conjugar esforços espontaneamente de alma e coração, sem ideologias, crenças e cores para lutar e reclamar pela libertação dum povo oprimido, Timor ou para ajudar a salvar uma criança que precisa dum componente específico e raro de sangue.
Veja-se a incapacidade de unir esforços para ajudar Portugal a sair da grave crise e que está a arrastar os portugueses para a miséria e para o caos enquanto todos usam e abusam das suas forças e energias com querelas, disputas fúteis e a acomodações com ruidosos silêncios que mesmo em tempo de vacas muito gordas seriam condenáveis.
Recorda-se a história de quatro varredores urbanos quando um dia um deles foi chamado ao Presidente da Câmara que lhe disse que o promovia a chefe dos outros três desde que aceitasse receber metade do salário. E o varredor logo aceitou, e quando há noite chegou a casa logo disse à mulher que tinha sido promovido a chefe. E a mulher logo perguntou de quanto era o aumento. E o marido respondeu que passou a receber metade? Metade retorquiu a mulher gritando! Sim metade, mas agora sou chefe dos meus colegas!
Não é por acaso que muitos prescindem de boas e proveitosas posições e funções em favor cargo mal remunerado cargo mas com poder!
Para a maioria dos cargos de responsabilidade a avaliação dos candidatos para os exercer deveria ser posta depois da avaliação da capacidade do exercício do poder.