domingo, 6 de novembro de 2011

Balanço da 1ª metade do Mandato Autárquico

O actual Executivo Camarário tomou posse no dia 28 de Outubro de 2009 e a primeira reunião de Câmara ocorreu 2 dias depois. Cumprida que está a primeira metade do mandato autárquico, é tempo de fazer um balanço à actividade desenvolvida.

Se no início do mandato Mação já não estava bem, agora está pior: menos pessoas e mais envelhecidas, uma estrutura económica cada vez mais débil e, consequentemente, um fraco dinamismo económico. Estas não são críticas avulsas, são factos concretos, que entram pelos olhos adentro de qualquer um.

Dirão alguns que esta realidade é fruto das dificuldades que o país tem vindo a atravessar nos últimos anos. Seriamos injustos se não concordássemos que essas dificuldades contribuíram para piorar a situação.

Contudo, o nosso problema é bem mais profundo. E quem o quiser tapar com a “peneira” dos problemas do país, ou está a cometer um erro grave de avaliação ou, pior ainda, está a tentar enganar os outros.

O actual Executivo Camarário (com uma alteração pelo meio) já se submeteu a 3 actos eleitorais e em todos obteve uma vitória inequívoca, sinal de que a maioria dos munícipes acredita nas sua capacidade e está contente com a sua actuação.

Decorrida a 1ª metade do actual mandato autárquico, eventualmente essa apreciação continua a ser positiva, embora disso só possa haver certeza dentro de 2 anos, quando se realizar o próximo acto eleitoral autárquico.

Mas, mesmo que a maioria dos munícipes do Concelho continue a fazer uma apreciação positiva do desempenho do Executivo Camarário, temos legitimidade para discordar dela. E discordamos porque entendemos que há 2 “pecados capitais” que marcam a sua actuação de forma muito negativa.


1º “Pecado” – O despesismo

O 1º “pecado” prende-se com o despesismo do Executivo Camarário que, por pouco rigor na gestão e opções desadequadas, tem vindo a esbanjar dinheiro que muita falta faz para colocar o concelho a “andar”.

Esta crítica não é genérica. Ao longo do mandato temos vindo, frequentemente, a apontar e a criticar casos concretos de um despesismo sem sentido, que penaliza fortemente o desenvolvimento do Concelho. Anualmente, largos os milhares de euros têm sido desperdiçados na aquisições de bens e serviços de utilidade duvidosa e/ou por valores excessivos, em projectos ou iniciativas que não contribuem um euro para o desenvolvimento do Concelho.

Nem os tempos difíceis que vivemos, que aconselham a prática de uma gestão ainda mais rigorosa e sem despesismo, têm sido capazes de demover o Executivo Camarário de gastar mal.


2º “Pecado” – A falta de ambição e de capacidade de ousar

Para tentarmos ultrapassar os problemas com que nos confrontamos, precisávamos de um Executivo Camarário que assumisse uma maior ambição para o Concelho e ousasse arriscar em novas ideias e em novas políticas.

Mas, com um Presidente em “fim de linha” e cada vez mais desligado do cargo para que foi eleito, está longe de revelar esses predicados, bem pelo contrário. O que vemos é um Executivo Camarário acomodado e esgotado por anos consecutivos de poder, que lhe retiram a ambição, a vontade de ousar e a capacidade de idealizar e implementar novas soluções para os problemas do Concelho.

Não se pedia ao Executivo Camarário que adoptasse as ideias e as propostas que o PS/Mação preconiza para o Concelho, embora talvez não lhe fizesse mal levá-las mais em conta. Mas não tendo conseguido alterar o rumo do Concelho com a estratégia e as políticas seguidas ao longo de uma década de governação, deveria, se tivesse ambição para tal, encontrar uma nova estratégia e novas políticas. Ao invés de continuar a insistir naquelas que, já percebeu, não nos levam a lado nenhum.

E por já não conseguir dar resposta a estas questões estratégicas para o Concelho, o Executivo Camarário refugia-se, cada vez mais, na gestão corrente das “pequenas coisas” que, embora sendo importantes para o Município e para a população no seu dia-a-dia, não contribuem para que o futuro do Concelho possa ser mais risonho.

Poder-se-iam apontar outros “pecados” do Executivo Camarário, como também destacar alguns aspectos positivos da sua actuação, que também os há.

Mas cingimo-nos aos que são, verdadeiramente, a marca do Executivo Camarário nesta 1ª fase do mandato, e que vão condicionando de forma significativa o desenvolvimento do Concelho.

Que cada um dos leitores reflicta sobre os que foram estes 2 anos e faça a sua interpretação. E, se achar por bem, a dê a conhecer neste Blog, ainda que de forma anónima. Os comentários, dentro dos príncípios que norteiam a sua publicação, são sempre bem-vindos, sejam eles de apoio ou de crítica às nossas posições.

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