quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Estranha forma de pagar dívidas…

Poupança com subsídios salariais para as autarquias será para pagar dívidas

“Essas verbas ficarão nas autarquias portuguesas no sentido de elas reduzirem, pelo menos nesse exacto montante, a dívida a fornecedores. No caso de não terem dívidas a fornecedores, será para fazerem amortizações extraordinárias em empréstimos de médio ou longo prazo”, disse à Lusa o secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, à margem de um encontro em Sintra.

Somente nos casos em que não existam dívidas a fornecedores ou empréstimos a médio ou longo prazo, essa verba “naturalmente será para investimentos”, reconheceu Paulo Simões Júlio, que participa na sexta edição das Jornadas de Gestão e Modernização Autárquica, que decorre em Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval.

Segundo o governante, o total do “endividamento das autarquias em todo o seu perímetro é de cerca de sete mil milhões de euros”. O secretário de Estado adiantou que o pagamento destas dívidas é responsabilidade das autarquias.

Fonte: Jornal Público Online


Comentário:

Se esta decisão do Governo for por diante serão os funcionários camarários que irão pagar do seu bolso uma parte das dívidas que os respectivos Executivos Camarários contraíram.

Resta apenas saber se o Governo permite que sejam os Executivos Camarários a seleccionar os devedores a quem irão pagar as dívidas ou se os obriga a divulgar pelos funcionários uma “lista de devedores” (à semelhança da “lista de casamento”, em que os convidados escolhem, de uma lista previamente definida pelos noivos, a prenda que lhes querem dar) e cada funcionário decide qual ou quais as dívidas a fornecedores que pretende pagar.

A Câmara de Mação não é das piores em termos de dívidas a fornecedores. Mas, ainda assim, se a “lista de casamento” for por diante, os seus funcionários ainda têm muito para escolher.

Para além do sentimento de injustiça que, naturalmente, os funcionários da Câmara de Mação irão sentir ao serem obrigados a pagar do seu bolso dívidas a fornecedores que o seu empregador deixou acumular, sentir-se-ão ainda mais injustiçados quando se consciencializarem que, algumas dessas dívidas, são fruto de um despesismo absurdo do seu Executivo Camarário.

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