segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Quem com ferros mata…

Na semana passada a agência de notação financeira Fitch voltou a baixar o rating de Portugal para um nível já considerado “lixo”.

A principal razão apontada pela agência para a descida é o facto de ter sido revisto em baixa o crescimento da economia portuguesa, com as últimas estimativas a apontarem para uma recessão na ordem dos 3% em 2012.

Nem o papel de “menino bem comportado” que o Governo tem vindo a desempenhar, prestando-se a ir mais além do que aquilo que está estabelecido no memorando com troika, nos liberta das “garras” dos mercados.

Quando Portugal não toma medidas é penalizado por isso. E, quando as toma, volta a ser penalizado porque elas têm efeitos recessivos na economia. Ou seja, somos presos por ter cão e por não ter.

Independentemente dos pecados de governação que possa ter cometido, José Sócrates percebeu, quando outros apenas se limitavam a defender a entrada do FMI no país, que Portugal nunca conseguiria escapar a esta espiral em que está mergulhado se os líderes europeus não se consciencializassem que o que está efectivamente a ser posto em causa não são apenas 3 ou 4 países periféricos mais fragilizados, mas sim a própria União Europeia e a sua moeda. E que a solução para o problema tem de ser abrangente e global, sob pena do contágio se estender a outros países.

Não era esse o entendimento de Passos Coelho e do PSD. Ávidos de “ir ao pote”, diabolizaram Sócrates como o único culpado de todos os males passados, presentes e futuros, do país.

A realidade começa a comprovar de que lado estava a razão. O fogo começa a alastrar pela Europa e a periferia começa a aproximar-se do centro.

Por cá, a elevada credibilidade do actual Governo (coisa que Passos Coelho e Passos Portas acusavam o anterior de não ter), ainda não chegou para colocar um travão na descida das notações de rating e na subida das taxas de juro.

As pedras que o Passos Coelho e o PSD lançaram sobre o anterior Governo começam a cair-lhes em cima. Infelizmente para todos nós.

2 comentários:

Carlos Carias disse...

"Não era esse o entendimento de Passos Coelho e do PSD. Ávidos de “ir ao pote”, diabolizaram Sócrates como o único culpado de todos os males passados, presentes e futuros, do país."
Efectivamente não foi só Sócratres o culpado da nossa situação, mas todo o seu governo incluindo aqueles que nele votaram, aliás as dividas que ele deixou para o PS pagar são muitas, especialmente aos Paquistaneses e Marroquinos que assistiram aos seus comicios, a estratégia despesista deste desgovernante foi imensa, espero que o nosso conterraneo Carlos Alexandre o coloque atrás das grades que é o local desta escumalha.

Ceia Simões disse...

Desde a Guerra-fria que as grandes guerras deixaram de ser feitas aos tiros.
As guerras de tiros só ocorrem em países do quarto mundo como forma de mostrar poderio e para garantir a operacionalidade das empresas que se dedicam ao desenvolvimento e fabrico de brinquedos para ditadores e para todos os que pensam que estão a salvo se tiverem as últimas versões, que nunca são as últimas e que só servem para gastar dinheiro, isto é, para alimentar os que as vendem.
Desde a Guerra-fria que as armas são as finanças que usadas com saber, inteligência e estratégia produzem efeitos eficazes e levam as empresas, as sociedades e países a estados de fraqueza e de submissão.
Foi assim com a URRS e é agora com a União Europeia onde o Reino de Sua Majestade desempenha elemento infiltrado; há que não ignorar que o cordão umbilical dos colonizadores da América do Norte tem origem na Grã-Bretanha.
Há que estar atentos, os inimigos só se aliam quando têm adversário comum e só são aliados enquanto até que o vençam.
Lembremo-nos da guerra entre o Eixo e os Aliados que só foram aliados enquanto a Alemanha e o Japão não se renderam, e depois começou a Guerra-fria.
Se a Alemanha e a França são como a cobra e o lagarto porquê tantos sorrisos, tantas palmadinhas e beijinhos tão ternos?
Há que deixar de fazer análises superficiais. A história ensina-nos que as guerras nunca foram novelas lineares mas antes escondem motivações e tramas complexas que os historiadores ainda hoje procuram decifrar e deslindar e onde os mais insuspeitos desempenharam e desempenham papéis fulcrais camuflados de humanistas neutrais apaziguadores.