segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Qualidade da água em Mação em 2010

A ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos publicou recentemente o seu estudo anual sobre a qualidade da água para consumo humano em Portugal, relativo ao ano de 2010.

Em Mação, a percentagem de análises que apresentaram valores fora dos limites legais na “distribuição em baixa” situou-se nos 4,2%, valor que coloca o nosso Concelho numa má posição no ranking dos concelhos com melhor qualidade da água. Em pior situação que Mação estão 40 concelhos.

Entre os principais problemas detectados nas águas do Concelho destacam-se o PH (em 49% das análises realizadas), o ferro (em 31% das análises realizadas), o manganês (em 20% das análises realizadas), a turvação (em 11% das análises realizadas) e as bactérias coliformes (em 5% das análises realizadas).

Não obstante a “entrada” das Águas do Centro, registou-se apenas uma pequena melhoria em relação ao ano de 2009 na qualidade da água distribuída, a qual permanece, em muitos locais, bastante aquém do desejável.

Das 61 zonas de abastecimentos do concelho referidas no estudo, apenas 4 (Carrascal de Envendos, Penhascoso, Ribeira de Boas Eiras e Pracana) não registaram análises fora dos limites legais. Em contrapartida, em 3 delas (Frei João, Galega e Venda Nova) a percentagem de análises fora dos limites foi igual ou superior a 10%.

Consulte no quadro em anexo a percentagem de análises em incumprimento em cada Zona de Abastecimento do Concelho de Mação. Clique na imagem para ampliar.


E tal como já tinha acontecido em anos anteriores, num dos controlos realizados durante o ano, metade das zonas de abastecimento registaram um nível de incumprimento igual ou superior a 10%, atingindo 3 delas os 25%! O que significa que, em parte do ano, a situação é ainda mais complicada.

Contudo, quando se olha para os valores alcançados pela qualidade da água na “distribuição em alta”, que é assegurada pela Águas do Centro em 23 das 61 Zonas de Abastecimento do Concelho de Mação, constata-se que a percentagem de cumprimento das análises se aproxima dos 100%.

Poderia pensar-se que o problema da qualidade da água no Concelho de Mação está no facto das Águas do Centro ainda não assegurarem a “distribuição em alta” em todas as Zonas de Abastecimento.

Mas, ao comparar a percentagem de incumprimento das análises efectuadas nas 23 Zonas de Abastecimento controladas pela empresa, verifica-se que, em muitas delas, a água fornecida tem qualidade na “distribuição em alta”, que depois perde na fase de “distribuição em baixa”.

Ou seja, muito provavelmente, a rede de distribuição está a contribuir para uma menor qualidade da água que chega aos consumidores.

Esta situação não surpreende porque há muito que se sabe existirem, em diversos locais do Concelho, canalizações com muitos anos de utilização que já não estarão, por certo, nas melhores condições.

Se assim for, como aparenta ser, não é expectável que a qualidade da água no Concelho venha a melhorar significativamente nos próximos anos. O investimento é avultado e a Câmara, responsável pela rede de “distribuição em baixa”, não tem forma de o fazer.

Em conclusão, os munícipes vão pagando mais pela água e pelo saneamento mas os resultados tardam a aparecer.

Nota: os interessados poderão obter mais informação sobre este tema em www.ersar.pt

1 comentário:

Ceia Simões disse...

A água potável é um bem vital sendo estulto que a sua captação tratamento e distribuição sejam feitos por tantos e sem as necessárias e suficientes condições com as nefastas consequências de todos sentidas, deficientes condições de abastecimento, má qualidade e custos díspares e exorbitantes.
Se as Juntas de Freguesia também reclamarem que querem ter o seu servicinho de águas então a qualidade passará de má a péssima, o custo será mais alto do que o de garrafão gourmet importado e a distribuição só será feita em períodos de elevada pluviosidade com a água recolhida dos beirais.
É urgente que os serviços de captação, tratamento, controlo e distribuição de água potável canalizada deixem ser feitos por capelinhas e passem a ser feitos e geridos por uma única entidade pública correcta e eficazmente fiscalizada, e onde as Câmaras Municipais deverão ter assento e participação activa e participativa, e que pratique tarifário nacional tal como o da energia eléctrica quer seja de produção hídrica, térmica, eólica ou nuclear quer seja de produção nacional ou importada.
Porque passará a haver massa crítica suficiente todas as áreas urbanas poderão ter a curto prazo distribuição de água potável de qualidade e sem falhas sazonais e será possível praticar um justo tarifário nacional.