domingo, 1 de maio de 2011

Passos Coelho bate recorde pessoal

“O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que fez as contas e está em condições de garantir que não será preciso cortar salários nem fazer despedimentos para consolidar as finanças públicas portuguesas.

"Nós calculámos e estimámos e eu posso garantir-vos: Não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro", afirmou Pedro Passos Coelho, no encerramento do fórum de discussão "Mais Sociedade", no Centro de Congressos de Lisboa.

O PSD só vai apresentar o seu programa eleitoral depois de conhecer o quadro de ajuda financeira externa a Portugal, para que os dois sejam compatíveis.

Pedro Passos Coelho questionou: "Alguém levaria a sério o programa que apresentássemos se ele não fosse já um programa compatível com o pedido de ajuda que Portugal fez e com o quadro macroeconómico de ajustamento que vai ser desenhado para permitir o empréstimo a Portugal?" "Seria uma brincadeira", considerou.

O presidente do PSD criticou depois indirectamente o PS: "Eu sei que há partidos em Portugal que não se importam de estar sempre a retocar, a rever os compromissos que assumem, porque eles próprios não atribuem uma grande importância aos compromissos que assumem".


Fonte: Jornal Expresso Online


É raro o dia em que Passos Coelho não contradiz uma coisa que disse no dia anterior. E o pior é que o faz com o ar mais natural do mundo. Para quem tanto tem criticado José Sócrates de cair frequentemente em contradição e enganar os portugueses, custa a perceber essa sua atitude.

Mas ontem, no discurso de encerramento do fórum "Mais Sociedade", Passos Coelho conseguiu bater o seu recorde pessoal da contradição. Não foi preciso esperar pelo dia seguinte porque, no mesmo discurso, conseguiu dizer uma coisa e o seu contrário.

Primeiro afirmou que “não será preciso cortar salários nem fazer despedimentos para consolidar as finanças públicas portuguesas.” Para, logo de seguida, dizer que “O PSD só vai apresentar o seu programa eleitoral depois de conhecer o quadro de ajuda financeira externa a Portugal, para que os dois sejam compatíveis."

Pergunta-se: se o PSD só vai apresentar o seu programa eleitoral depois de conhecer o programa e as respectivas medidas de ajuda financeira a Portugal que a troika nos vai impor, como pode afirmar tão convictamente que não haverá necessidade de reduzir salários e fazer despedimentos?

Sempre que “abre a boca” Passos Coelho revela imaturidade política, falta de convicções e falta de ideias. Se somarmos a isso a agenda ultra liberal que defende, o mínimo que pode dizer-se da sua solução para o país e para os portugueses é que ela é “não recomendável”.

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