quinta-feira, 10 de março de 2011

Um conselho a seguir

“Os nossos autarcas, que saúdo nesta ocasião solene, já compreenderam que o poder local adquiriu um novo perfil, a que correspondem novas exigências.

As autarquias podem assumir um papel fulcral na valorização da iniciativa empresarial, na criação de emprego e, genericamente, na resposta às dificuldades económicas e sociais das respectivas regiões.

Para além do contributo em iniciativas de apoio aos mais carenciados, tenho constatado que existe um número crescente de autarcas que estão a reorientar as suas prioridades para o tecido produtivo e para a valorização económica das suas regiões e dos seus recursos. Este é um caminho de futuro e também aquele que poderá ter um impacto mais rápido na economia nacional.

As iniciativas locais de emprego e os investimentos de proximidade são aqueles que podem produzir resultados de forma mais imediata e que melhor podem ser avaliados, reformulados ou reproduzidos.”

Fonte: Discurso de Cavaco Silva na sua tomada de posse com Presidente da República.

É fundamental que as Autarquias desenvolvam políticas de bem-estar e de apoio social para os seus munícipes, dando uma particular atenção aos mais carenciados.

Mas, a acção das Autarquias não deve nem pode esgotar-se nesta política redistributiva de rendimentos. Como disse Cavaco Silva, e bem, é importante que elas procurem, cada vez mais, apoiar a iniciativa empresarial e a criação de emprego, fomentar o empreendedorismo e o surgimento de novos empreendedores, valorizar os seus recursos endógenos. Porque, só assim conseguirão que o seu território se torne mais competitivo e capaz de gerar riqueza.

Esta política é tanto mais importante se tivermos em conta que, a médio longo prazo, só seremos capazes de manter um nível satisfatório de bem-estar e de apoio aos mais carenciados, se conseguirmos gerar riqueza. Os recursos que iremos ter disponíveis para essas políticas tenderão a reduzir-se e apenas a riqueza que conseguirmos gerar dentro do nosso território poderá contrabalançar essa quebra.

Neste ponto, não podemos estar mais de acordo com Cavaco Silva. Com regularidade, temos batido igualmente nesta “tecla”, porque sentimos que, em Mação, a acção que o Executivo Camarário tem vindo a desenvolver neste domínio está longe de poder considerar-se satisfatória.

Pode dizer-se que, na última década, o dinamismo empresarial do Concelho tem vindo a cair a pique. Quase que se contam pelos dedos das mãos o número de empresas e de postos de trabalho criados em Mação neste período. Eventualmente, o saldo líquido de criação de empresas e empregos será negativo ou aproximar-se-á muito desse patamar.

Perante esta realidade, o Executivo Camarário vangloria-se de que o desemprego em Mação é muito baixo. Pudera, num Concelho onde, dito de uma forma algo exagerada, não há emprego, é difícil que haja desemprego.

Face a esta debilidade económica, cada vez mais acentuada e visível, exigia-se do Executivo Camarário uma estratégia clara e medidas concretas no sentido de a combater.

Infelizmente, o Executivo Camarário continua agarrado à sua política de redistribuição de rendimentos. O “cheque” chega todos os meses de Lisboa e o seu único objectivo é gastá-lo, diga-se de passagem, nem sempre da melhor forma.

Já estamos a pagar a factura e ela tenderá a ser cada vez mais pesada.

Que o Executivo Camarário continue “cego” neste caminho, até compreendemos, porque percebemos as suas motivações. Mais difícil se torna, isso sim, perceber as motivações dos que validam esta política porque, muitos deles, sofrem directamente na pele os seus efeitos negativos.

O Executivo Camarário leva pouco em consideração aquilo que os seus opositores políticos pensam e propõem. Mas, ao menos, que dêem ouvidos a Cavaco Silva.


Fonte: Jornal de Negócios

3 comentários:

Anónimo disse...

Mas algumas empresas são ajudadas. Até demais...

Olho Vivo disse...

Não vale a pena explicar porque eles não querem ouvir. Nisto não ouvem eles o Cavaco. Mas a torneira vai fechar ainda mais e depois vamos ver como é que é. Não vão conseguir pagar os favores todos e nessa altura vão sentir na pele o que andaram a fazer: a criatura vai virar-se contra o criador.

Anónimo disse...

É triste, mas é verdade. Não cabem todos dentro da câmara de mação! Nem todos têm tachinhos!! Se não há emprego, como poderão garantir às novas gerações estabilidade económica suficiente para se fixarem aqui? Estão a afugentar os mais novos, que têm que procurar trabalho por outros lados. E assim, sem jovens para construir famílias, como crescerá mação? Sem poder de compra, quem é que se aguenta? Como é que se investe na terra?