terça-feira, 29 de março de 2011

Onde pára o prometido desenvolvimento económico? – Parte 2

“Um dos objectivos do meu mandato passa por alargar a base económica do concelho. O IP6 vai contribuir muito para esse objectivo. Têm existido muitos contactos do exterior, procurando saber o que temos para oferecer.”

Fonte: Saldanha Rocha ao VMT aquando da sua candidatura em 2001

Falta menos de 1 ano para que Saldanha Rocha comemore uma década de “reinado” em Mação. Sempre em maioria absoluta, sempre com uma grande constância no seu Executivo. Neste período, apenas uma mudança (a troca do Vereador José António Almeida pelo Vereador Vasco Estrela) e uma interrupção temporária do mandato do Vereador António Louro (interrupção essa que, na prática, não existiu).

Não foi, portanto, por falta de condições políticas e de governabilidade que Saldanha Rocha e o seu Executivo não fizeram mais e que Mação não alcançou um nível de desenvolvimento mais elevado.

Em português corrente poderá dizer-se que sempre fizeram “o que quiseram, como quiseram e quando quiseram”. A maioria em que sempre governaram e a forma como sempre exerceram o poder, raramente “dando ouvidos” à oposição, leva a que as responsabilidades pelo que não se fez e pelo que não se alcançou recai integralmente nos seus ombros.

A Saldanha Rocha e aos seus Executivos “caiu do céu” uma dádiva que todos os autarcas dos concelhos do interior gostariam que tivesse caído no seu território: uma auto-estrada como a A23.

Infelizmente para o Concelho, não a souberam aproveitar convenientemente. Tal como não conseguiram retirar todas as vantagens de um outro “auto-estrada” com que a natureza nos brindou: o Tejo.

Para Saldanha Rocha e para os seus Vereadores a culpa foi sempre dos outros: do Governo, das empresas que não quiseram instalar-se no Concelho, da crise, etc, etc, etc.

Olha-se para a Zona Industrial da Ortiga e é com tristeza que se vê o estado de abandono em que se encontra, depois da saída da única empresa que nela se instalou. Para já não falar dos restantes lotes, que nunca foram utilizados.


É igualmente triste ver 4 hectares de terrenos, situados no “alto da Ortiga”, adquiridos pela Câmara no início de 2008, com o objectivo de neles criar uma área para instalação de empresas do ramo florestal (que não necessitam dos requisitos e infra-estruturas existentes numa Zona Industrial) ali continuem parados há 3 anos, sem que se vislumbre uma alteração da situação.


Diz o Executivo Camarário que a aquisição dos terrenos foi feita porque, na altura, haviam empresas interessadas em instalarem-se. Se as havia, desapareceram, e não há registo que outras tenham surgido.

O Executivo até pode ter agido com a melhor das intenções na aquisição destes terrenos. Mas, numa lógica de gestão, custa a perceber que tenha partido para a sua aquisição, pelo valor de € 15.000, sem possuir quaisquer garantias de instalação da parte das referidas empresas interessadas.

Nos 9 anos que este Executivo Camarário leva de governação foram poucas as empresas criadas em Mação e muito menos aquelas que “vieram de fora”. E se considerarmos o saldo líquido da criação de empresas (saldo entre as empresas criadas e aquelas que desapareceram), não andaremos longe da verdade se dissermos que ele terá sido diminuto.

Não surpreende, por isso, que tenhamos chegado ao ponto a que chegámos, com um dinamismo empresarial (que, sem dúvida, a crise económica agravou) muito reduzido e incapaz de alavancar o desenvolvimento económico do Concelho. E este é o verdadeiro drama do Concelho.

2 comentários:

Anónimo disse...

Curiosamente os vendedores do terrenos são amigos do regime.

Anónimo disse...

Dada a proximidade da A23, podia-se aproveitar para por ali uma superfície comercial, com restauração que pudesse chamar a atenção aos condutores para pararem ali. Criava-se muitos postos de trabalho...o problema talvez consiste em atrair empresas para se fixarem.