segunda-feira, 29 de março de 2010

PISCINAS “AFOGADAS” EM PREJUÍZOS

Por diversas vezes o PS / Mação criticou a construção do Complexo de Piscinas Municipais cobertas, não por estar contra o equipamento propriamente dito, pois reconhece-lhe grande valia para a população do concelho, mas devido à sua dimensão.

Sempre se percebeu que ele era sobredimensionado para as necessidades do concelho e, sobretudo, para os cofres da Autarquia.

Saldanha Rocha e o PSD / Mação não entenderam assim e os resultados estão à vista e dão-nos inteira razão. Em 2009, as piscinas cobertas custaram à Câmara Municipal € 244.180 (±49.000 contos), repartidos por:

- Pessoal: € 86.265 (±17.300 contos);

- Gás e electricidade: € 139.845 (±28.000 contos);

- Outras despesas correntes e de manutenção: € 18.070 (±3.600 contos).

Como as receitas com inscrições e mensalidades não foram além dos € 47.091 (9.441 contos), os prejuízos da exploração cifraram-se em quase € 200.000 (40.000 contos)!

Em termos médios são € 16.424 (3.290 contos) por mês e € 540 (108 contos) por dia que a Câmara suporta com as piscinas cobertas, sem considerar a amortização dos custos de construção. Uma enormidade para uma Autarquia com a dimensão da nossa.

Mas se a situação actual é má, ela poderá piorar nos próximos anos, caso se mantenha a tendência de decréscimo do número médio de utilizadores (1) que tem vindo a verificar-se desde o ano da abertura:

- 2007: 450

- 2008: 386 (- 14,2% face a 2007)

- 2009: 341 (- 24,1% face a 2007)

(1) – Média mensal obtida dividindo o número de utilizadores no ano pelo número de meses que as piscinas estiveram abertas.

Em dois anos e meio, a média mensal de utilizadores das piscinas reduziu quase um quarto! Face à quebra acentuada da população e ao seu envelhecimento, não surpreenderá que o número de utilizadores continue a baixar.

Conjugando estes 2 indicadores (prejuízos e utilizadores), significa que, em 2009, a Câmara Municipal desembolsou € 577 (115 contos) por cada utilizador da piscina.

Sabe-se que, nomeadamente em concelhos como o nosso, este tipo de equipamento apresenta, regra geral, uma exploração deficitária. O objectivo principal da sua construção é, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida da população.

Mas se o objectivo não é, e bem, ganhar dinheiro, também não deve fazer a Autarquia perder muito.

Para que isso aconteça é necessário que os equipamentos sejam dimensionados para as necessidades do concelho. Como neste caso concreto isso não acontece, a Câmara Municipal, e no fundo os munícipes, vão ter um pesado encargo pela frente.

É por esta e por outras que muitas necessidades do concelho vão sendo adiadas e, cada vez mais, os munícipes vão ouvido o Executivo Camarário dizer que “a Câmara não tem dinheiro para tudo”.

É um facto que a Câmara não tem dinheiro para tudo. Mas o pior é que, com frequência, aplica mal o pouco que tem.

1 comentário:

carlos disse...

E claro que este tipo de infraestruturas ficam sempre com custos elevados, mas é um tipo de infraestrotura que mede o nível de bem estar das populações e só por isso é benéfico, já traz muito valor acrescentado pois os lucros não se podem só medir em euros, também se deve medir no bem estardas populações, só pessoas de má fé e mal formadas ou ignorantes criticam tal infaestrotura, esquecendo que o grau de satisfação é meio caminho andado para o desenvolvimento económico.