quinta-feira, 21 de julho de 2011

Injusta, imoral e sem sentido

Na reunião de Câmara de 13 de Julho foi aprovada uma proposta, com os votos contra dos Vereadores do PS, no sentido da Câmara de Mação subsidiar a aquisição dos livros escolares dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico, cujos agregados familiares residam e sejam eleitores no Concelho de Mação.

Assim, a partir do ano lectivo que terá inicio em Setembro, a Câmara de Mação atribuirá um subsídio para livros, variável em função do escalão de rendimento da Segurança Social em que o agregado familiar se insira, de acordo com o seguinte:

- 1º Escalão: 100% de comparticipação

- 2º Escalão: 75% de comparticipação

- 3º Escalão: 50% de comparticipação

Uma proposta que, à partida, era meritória, foi desvirtuada pelo facto do Executivo Camarário pretender, inclusive ao arrepio do texto da própria proposta que apresentou, estender o subsídio de 50% aos alunos cujos pais tenham rendimentos superiores aos do 3º Escalão.

Abrangesse a proposta apenas os alunos mais carenciados e os Vereadores do PS tê-la-iam aprovado sem qualquer problema.

Não faz sentido apoiar quem não necessita. Mas, mais uma vez, o Executivo Camarário adopta a política de “tudo para todos”, à imagem do que tem vindo a fazer com o desconto de 50% na factura da água para os munícipes com mais de 65 anos ou no apoio à recuperação de habitações degradadas.

Esta política do Executivo Camarário é profundamente injusta e imoral, além de representar um desperdício de recursos. Como é que se justifica que a Câmara pague os livros escolares, ou o que quer que seja, a agregados familiares cujos pais aufiram valores mensais, por exemplo € 2.000, € 3.000 ou mais?

Não é com medidas como esta que se defendem os mais carenciados do ponto de vista económico/financeiro. Seria preferível atribuir aos alunos mais carenciados um apoio mais amplo, que cobrisse outras despesas associadas à sua educação / formação, em vez de pagar os livros a quem não necessita de tal apoio.

Fazer acção social, apoiando os mais necessitados, é bem diferente desta política “liberal” do Executivo Camarário que acaba, ainda com ligeiras diferenças nalguns casos, por colocar todos “no mesmo saco”.

Os Vereadores do PS ao votarem contra a proposta, evidenciam a sua indisponibilidade para aprovarem regulamentos ou qualquer outro documento que, a coberto de uma pretensa acção social, mais não são do que formas de distribuição indiscriminada de recursos, procurando agradar a “gregos” e a “troianos”. E quando assim é, as motivações dos seus proponentes são, regra geral, mais de natureza politico/eleitoral do que social.

6 comentários:

Anónimo disse...

A ideia realmente é interessante, mas não faz sentido apoioar todos os alunos. Como diz o artigo é injusto e até algo imoral.

Karla disse...

Isto é como o totoloto. É fácil, é barato e dá milhões (de votos)

Anónimo disse...

Penso que a proposta deveria apoiar mas sim os agregados com menos recursos financeiros e ai teria todo o mérito. Quanto aos agregados serem eleitores no concelho acho bem, Se não ainda teriam que subsidiar também os filhos dos Vereadores do PS que nem votam na terra onde foram eleitos. É motivo para recordar um grande Senhor: e esta em!!!

Lady Rose disse...

É impressionante como estes srs conseguem manipular a seu favor uma ideia que tanto potencial tinha! Não faz sentido nenhum que a Câmara se responsabilize pelas despesas de pessoas que as possam pagar. É assim que te caça um voto aqui, outro voto ali...

Anónimo disse...

É puro desconhecimento de quê escreve a crónica ( bota a baixo )ninguem que eufere rendimentos (casal)assima de 1500euros esta no 3º escalão quanto mais 2000 a 3000 euros mensais.

Blog Mação 2013 disse...

Se o comentador anterior tivesse lido o post com atenção teria visto que em lado nenhum se escreve o que critica.
Passa-se a citar um excerto do texto que é ilustrativo da falta de atenção dada pelo comentador ao texto: "Uma proposta que, à partida, era meritória, foi desvirtuada pelo facto do Executivo Camarário pretender, inclusive ao arrepio do texto da própria proposta que apresentou, estender o subsídio de 50% aos alunos cujos pais tenham rendimentos superiores aos do 3º Escalão.".
Não está em causa, como é óbvio, quem aufere rendimentos do Escalão C, pois eles também são bastante baixos.
O que se critica é o pagamento de livros a que aufere rendimentos mais elevados, tendo-se dado o exemplo de valores na casa de alguns milhares de euros.
Esperamos ter esclarecido o comentador.
Blog Mação 2013