sábado, 2 de abril de 2011

Passos trocados

Passos Coelho afirma agora que o PSD apoiará e respeitará os compromissos que o Governo tiver de assumir no exterior para um eventual pedido de ajuda financeira está disponível.

Pergunta-se: então porque chumbou há 3 semanas atrás o Programa de Estabilidade e Crescimento proposto pelo Governo e que recolheu total apoio das instituições europeias?

Trata-se de uma posição de puro cinismo político de quem tem vindo nestas semanas, de forma sucessiva, a submeter os interesses do país à estratégia partidária e eleitoral do PSD.

Talvez, por isso, Passos Coelho esteja longe de recolher junto do eleitorado uma ampla aceitação, como era previsível que acontecesse na actual conjuntura, em que existe um Governo e um 1º Ministro desgastados por 6 anos de governo e pela crise que vivemos.

O Estudo de Opinião da Eurosondagem publicada hoje no jornal Expresso, espelha bem isso. A popularidade de Passos Coelho está longe de ser brilhante: o seu saldo positivo é apenas de 4,4 pontos e em Março ela caiu 2 pontos. Por comparação, José Sócrates tem um saldo positivo de 3,6 pontos (apenas menos 0,8 pontos que Passos Coelho), tendo caído 1,8 pontos no último mês.

Mas o Estudo da Eurosondagem revela outros dados importantes:

- 52,6% dos inquiridos diz que o PEC não devia ter sido chumbado;

- 47,8% dos inquiridos discorda de eleições antecipadas (conta 45,3% que são favoráveis);

- Se 30,4% dos inquiridos culpam o Governo pela crise política, quase outros tantos (29,3%) culpam a oposição;

- 51,4% dos inquiridos concorda que José Sócrates deve continuar a liderar o PS (contrariando a teoria de alguns que procuram passar a imagem de que o todo o país está cansado de José Sócrates).

E quanto à sondagem, o PSD vai na frente com 7 pontos de avanço sobre o PS, mas longe da ambicionada maioria absoluta (que, eventualmente, poderá alcançar com o CDS).Mas como faltam 2 meses de pré-campanha e campanha eleitoral, veremos como as coisas irão evoluir.

Por último um gráfico sobre a evolução dos juros da dívida pública portuguesa desde Janeiro do corrente ano. Uma tendência crescente, é um facto, mas que se acentuou significativamente após a oposição ter chumbado o PEC IV. Nas últimas 2 semanas as taxas subiram cerca de 2 pontos percentuais!

Pergunta-se: não teria sido preferível a oposição, e nomeadamente o PSD, terem negociado e viabilizado o PEC e deixar para depois a crise política?

Mas a ânsia de chegar ao “pote” falou mais alto.

6 comentários:

Anónimo disse...

O que tem a ver José Sócrates a liderar o PS com Sócrates a Governar? PS
e diferente de Governo, habituem-se

Cesar Estrela disse...

Caríssimo
Basta saber um pouco de contas ou ter breve noção de equilíbrio ou proporção.
Explico:
José Sócrates a liderar o PS tem a ver com Sócrates a governar,tanto quanto Passos Coelho a lidrar o PSD tem a ver com Coelho a Governar.
Simples, não acha?

Anónimo disse...

Se o Passos não fizesse cair o governo era o PSD que o fazia cair a ele.
Falam dos boys socilistas mas na laranjada também os há e estão cheios de vontade de ocupar os lugares. Basta ver o Duarte Marques que já está a filar um lugar de deputado

Anónimo disse...

Ao contrário dos socialistas maçaenses, ele em bruxelas tinha como morada mação! se é por mação que querem trabalhar é mação que devem ajudar! terá um lugar merecido!

Anónimo disse...

E o que é que ele já fez em Mação e por Mação?

Anónimo disse...

E o Nuno Neto?
Ele pos maçao no mapa!