quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

TAXAS MUNICIPAIS AUMENTAM 10%

Com os votos contra dos Vereadores do PS o Executivo Camarário, liderado por Saldanha Rocha, aprovou na reunião de Câmara de 10 de Fevereiro um agravamento de 10% na generalidade das Taxas Municipais.

Além disso, a Tabela de Taxas Municipais vai passar a contemplar um número bem mais significativo taxas. Se a Câmara seguir à risca a Tabela pode dizer-se, com algum exagero e ironia, que os munícipes vão passar a pagar taxas apenas por 2 razões: por tudo e por nada.

Pior ainda, o Regulamento de Taxas Municipais prever que, até 2014, as taxas sejam aumentadas, números redondos, 10% ao ano. Em suma, daqui a 4 anos, quando os munícipes de Mação recorrerem ao serviços camarários poderão pagar taxas cerca de 50% mais caras do que actualmente.

O Executivo Camarário diz que os aumentos anuais, agora previstos, poderão não se concretizar. Mas o que é certo é que estão previstos no Regulamento de Taxas.

Na origem desta alteração está a Lei nº 53-E/2006, que obriga os municípios a ajustarem o seu Regulamento de Taxas Municipais e respectiva Tabela de Taxas aos princípios que ela consagra, nomeadamente: a necessidade das taxas terem uma fundamentação económica-financeira para a sua aplicação e de deverem reflectir os custos que estão associados à prestação do serviço pela Autarquia.

A Câmara de Mação socorreu-se de um estudo, elaborado por uma entidade externa para os 5 municípios do Pinhal Interior, que embora apresente uma certa coerência na sua elaboração, apresenta alguns erros grosseiros de análise, cuja responsabilidade não se sabe se pode ser assacada exclusivamente à referida entidade ou se esta foi induzida em erro pela Câmara Municipal, ainda que involuntariamente.

Alguns destes erros raiam o absurdo: os cemitérios representam para a autarquia um custo anual na ordem dos €488.000,00(!) E, para as Feiras e Mercados, a "coisa" ainda sai mais cara: € 645.000,00(!)

O estudo apresenta ainda outra falha grave: o cálculo dos custos que fundamentam o aumento das taxas leva apenas em consideração a actual matriz de custos da Câmara Municipal, sem fazer qualquer avaliação sobre a maior ou menor eficiência da sua estrutura de recursos. Tal significa que, caso a estrutura apresente ineficiências, a Câmara Municipal limita-se a passar para os munícipes os custos dessa ineficiência, sem fazer o mínimo esforço para os atalhar.

Perante isto, custa a perceber como é que o Executivo Camarário aceitou e pagou este estudo, sem ao menos exigir alguns ajustamentos no mesmo.

O estudo acaba por concluir que as Taxas Municipais:

- Estão longe de pagar todos os custos operacionais suportados pela Câmara com a prestação dos serviços taxados;

- Têm de aumentar muito e, por muito que aumentem, nunca cobrem os referidos custos.

Em conclusão poderá dizer-se que sensação com que se fica é que o estudo apenas serviu para tentar justificar o aumento significativo das Taxas Municipais.

Por outro lado, a Lei 53-E/ 2006 também permite às Autarquias reduzir ou aumentar o valor das taxas de uma forma mais acentuada que aquela que o estudo económico-financeiro aponta, com o objectivo de, respectivamente, incentivar ou desincentivar o “consumo” de determinados serviços por parte dos munícipes.

Ao aumentar a generalidade das taxas municipais de uma forma uniforme a Câmara Municipal fez “tábua rasa” desta abertura dada pela Lei, o que, objectivamente, não pode deixar de configurar uma inadequada gestão dos serviços prestados à comunidade, que acabará por reflectir-se em custos para o concelho.

Saldanha Rocha e os seus pares defenderam este aumento com o argumento de que as taxas municipais não são aumentadas desde 2003.

Pode dizer-se que é um argumento aceitável. Mas isso, por si só, não garante que os preços actualmente em vigor estejam desajustados.

Em face da pouca consistência do estudo e perante o aumento significativo das Taxas Municipais, os Vereadores do PS não tinham outra alternativa senão votar contra a proposta apresentada.

3 comentários:

Anónimo disse...

Votaram contra e bem e deviam ter falado também na redução de taxas para os idosos que existem desde a Feira Mostra e não estão divulgadas. Quantos séniores já pediram o tal cartão ou o tal desconto na água e equipamentos? Gostava de saber quantos desde Julho até Março!!! Certamente que serão um numero muito reduzido quando comparado com o numero de idosos no nosso Concelhos, muitos até com dificuldades... A divulgação dos estabelecimentos comerciais do sr. presidente chegam a todo lado mas estes apoios não... sobretudo qdo a água vai aumentar consideravelmente!!! Nem os presidentes de Junta sabem desses apoios!!! Eu li, percebi e ando a persuadir idosos para o fazerem!!!

Anónimo disse...

Este poderá ser mais um dos pedidos dos senhores vereadores do PS!!! Também gostaria de saber... Já ouvi falar mas desconheço... Mesmo que quisesse saber, não sei onde posso obter informação... Uma vez que este blog ajuda a informar os municipes, seria possivel informar e esclarecer-nos acerca disso?

Anónimo disse...

Eu já contactei a Autarquia para pedir informações mas a telefonista não sabia a quem deveria passar a chamada. Deu-me o numero da assistencia social... Liguei vários dias seguidos antes de ir para o meu trabalho, entre as 9 e as 9:30 mas nunca consegui falar com ninguém...
Mais tarde consegui contactar e a pessoa que me atendeu, pouco simpática por sinal, disse-me que a pessoa que poderia dar essas informações encontrava-se ausente... outros telefonemas e sempre ausente... Uma mal disposta a outra ausente... Como posso obter esta informação como deve ser para tartar desse apoio para os meus velhotes?