quarta-feira, 19 de maio de 2010

Um dia a factura da má governação autárquica vai chegar

Como todos sabemos, o país atravessa um período difícil. E para fazer face ao extremo aperto com que nos defrontamos, a solução passou por aumentar impostos e reduzir despesas.

Os entendidos em finanças públicas defendem que não é viável continuar a recorrer aos impostos para resolver os desequilíbrios financeiros do país. E, como tal, defendem que se quisermos resolver de facto a nossa situação, mais tarde ou mais cedo vamos ter de reduzir a despesa de forma muito mais drástica. Sobretudo a despesa corrente.

Os desperdícios são muitos. Todos conhecemos casos em que o Estado esbanja dinheiro. Rios de dinheiro, fruto da má afectação de recursos e ineficiências várias.


A factura que temos hoje para pagar já é pesada. Mas é provável que, mais tarde ou mais cedo, nos chegue à “caixa do correio” uma factura ainda mais pesada.

O problema do excesso de despesa corrente não se verifica apenas na Administração Central. Do mesmo mal padece igualmente a Administração Local.

É o caso da Câmara de Mação. Argumentando com o chavão que “a Câmara presta cada vez mais serviços”, o Executivo Camarário gasta uma parte significativa do seu orçamento em despesa corrente.

E como as receitas não esticam, quem sofre é o investimento. E, por isso, obras importantes no concelho vão sendo adiadas de ano para ano. Há quantos anos estão por reparar os arruamentos da Ortiga, de S. José das Matas ou da Sanguinheira? Ou por beneficiar as estradas do Monte Penedo, da Louriceira ou Maxieira/Venda Nova? Ou por fazer os passeios do Chão de Codes? Já lhe vamos perdendo a memória. E estes são apenas alguns exemplos.

E também pela mesma razão, é cada vez mais corrente os munícipes ouvirem da boca do Executivo Camarário que “não há dinheiro para tudo” ou que “vamos ver quando é que se pode fazer”.

Quem acompanha mais de perto a actividade da Câmara de Mação percebe que há desperdícios, ineficiências e má afectação de recursos que deveriam acabar.

Por isso, aquando da discussão do Orçamento e Plano de Actividade para 2010 e do Relatório e Contas de 2009, os Vereadores do PS propuseram ao Executivo Camarário que adoptasse uma política de contenção das despesas correntes e que utilizasse o concurso público ou consulta a várias entidades, em vez do usado e abusado ajuste directo por simples consulta a um único fornecedor.

Mas Saldanha Rocha e os seus Vereadores não deram ouvidos a estas propostas. Para eles a despesa corrente está muito bem como está e, quanto aos ajustes directos, não há razões que justifiquem a introdução de alterações nas políticas de contratação de obras e de aquisição de produtos e serviços que tem vindo a ser seguida.


Tal como no país, também Mação já esta a pagar a factura de anos e anos de despesismo. Pouco desenvolvimento, quase nenhum dinamismo e incapacidade de gerar atracção são realidades que entram “pelos olhos adentro” de qualquer um que esteja atento à nossa realidade.

Mas um dia, a dita factura mais pesada também chegará a Mação. Mas depreende-se da atitude do Executivo Camarário que, no seu entender, tudo acabará bem se forem só os munícipes a pagá-la.

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