terça-feira, 23 de agosto de 2011

Aproveitar gente com qualidade

Nos últimos dez anos o VMT divulgou nas suas páginas o nome de cerca de 2 centenas de jovens, naturais do Concelho ou com ligação a ele, que concluíram os seus estudos superiores.

Muito provavelmente outros tantos jovens, porventura até mais, embora não tendo divulgado publicamente esse feito, terão alcançado idêntico patamar de formação.

Devemos congratular-nos com esta situação e desejar que existam cada vez mais jovens do Concelho (ou ligados a ele) a alcançar esses objectivos. Fundamentalmente por três razões:

Em primeiro lugar, porque é importante para eles. Numa sociedade cada vez mais competitiva e exigente, é importante estar bem preparado para conseguir enfrentar e vencer os desafios que se colocam. E quanto mais elevado for o nível de formação, menos difícil será essa tarefa;

Depois, porque é sempre motivo de orgulho para nós que os “nossos” alcancem o sucesso, seja ele escolar ou profissional. E quando se trata de jovens que viveram e estudaram num meio pequeno e limitador como é o nosso Concelho, estas “coisas” ganham ainda mais valor e devem merecer um maior apreço da nossa parte;

Por último, porque, directa ou indirectamente, no curto prazo ou num futuro mais distante, Mação só terá a ganhar se houver cada vez mais gente da terra com níveis de formação mais elevados.

Este último ponto leva-nos a questionar sobre o papel que estes jovens poderão desempenhar futuramente no Concelho e qual o contributo que poderão dar para o seu desenvolvimento.

Olhando para a actual realidade, constata-se que são poucos os jovens que, após concluídos os estudos, permanecem no Concelho. A maioria procura nos centros urbanos a ambicionada saída profissional e fazem-no por duas razões: uns, porque o Concelho não lhes oferece condições para desenvolverem uma actividade de acordo com a formação alcançada e as suas expectativas profissionais; outros porque, tendo nascido e / ou sempre vivido longe do Concelho, não se sentem suficientemente ligados a ele para, sequer, equacionarem essa possibilidade.

Por isso é utópico desejar que os nossos jovens licenciados voltem às origens. Enquanto Mação não conseguir alcançar um patamar de desenvolvimento significativamente mais elevado, só veremos regressar um ou outro que encontre emprego na Câmara ou numa das poucas empresas do concelho com dimensão para os acolher, ou algum que, fruto da sua “veia empresarial”, decida arriscar aqui.

Significa isto que, por falta de capacidade de absorção, ano após ano, o Concelho vai deitando gente qualificada pela “porta fora”. Que outros, mais bem apetrechados, aproveitam.

Mas enquanto não descobrimos a “receita milagrosa” para elevar o nosso nível de desenvolvimento que permita atrair e fixar os nossos jovens licenciados, um bom primeiro passo será tentar evitar, a todo o custo, que eles, embora vivendo fora, acentuem o seu distanciamento e o seu alheamento do Concelho.

Este é um aspecto estratégico e determinante para o futuro de Mação porque, se não conseguirmos manter a ligação com estes jovens, iremos perdê-los a pouco e pouco. E a geração seguinte, essa ficará definitivamente perdida.

Neste domínio temos vindo a fazer menos do que aquilo que podíamos e devíamos. Há que estabelecer pontes com estes jovens, incentivá-los a manter uma ligação forte ao Concelho, nalguns casos solicitar-lhes contributos.

Ver tanto jovem com capacidade desprender-se cada vez mais do concelho é preocupante; nada fazer para alterar a situação é lesivo e hipoteca o nosso futuro.

3 comentários:

olho vivo disse...

É uma pena que nos tempos actuais, o nosso Concelho não tenha colocação laboral para os licenciados, dessses duzentos se arranjarem emprego dois já é muito bom.
O tecido produtivo do nosso Concelho na actualidade, não se encontra preparado para licenciados.

Anónimo disse...

licenciados ou não se tiverem saias cabem todos no edificio camarário... Mação não vai longe...

Anónimo disse...

continuam a colocar pessoas de fora!