Um Concelho “fechado” e receoso
Mação é um Concelho “fechado”, onde existe falta de debate de ideias e de atitude crítica.
Esta realidade acaba por influenciar negativamente o desenvolvimento do Concelho, porque reduz a dinâmica social, “abafa” o surgimento de novas ideias e diminui a pressão e os níveis de exigência sobre quem governa.
Temos um Concelho “fechado” não porque as pessoas sejam avessas ao debate ou demonstrem falta de espírito crítico mas, fundamentalmente, porque os sucessivos Executivos Camarários pouco ou nada têm feito para fomentar essa atitude activa, bem pelo contrário.
O problema começa por termos uma governação opaca. O Executivo Camarário governa segundo o princípio de que a legitimidade do voto lhe dá o direito de, durante o mandato, governar em “rédea solta” sem ter de informar ou prestar contas a ninguém. A Câmara é um “buraco negro”, do qual, para além da informação que a lei obriga a divulgar (e não é toda), pouca ou nenhuma outra informação escapa. Só os que acompanham de perto a vida política no Concelho, nomeadamente os elementos da oposição, vão dispondo de alguma informação.
O objectivo desta política parece claro: quanto menos os munícipes souberem, menos podem questionar. E, quanto menos questionarem, mais fácil se torna, no “momento da verdade”, convencê-los de que tudo está bem.
Não é por lapso ou por esquecimento que o Executivo Camarário, tão hábil e lesto a recorrer à comunicação social para se promover e promover as suas obras e iniciativas, pouco faz para divulgar tudo o que possa gerar debate ou controvérsia.
Age desta forma porque entende que os seus objectivos políticos e eleitorais serão mais facilmente alcançáveis se os munícipes estiverem menos informados.
Mas, pior que a falta de informação e, a consequente ausência de discussão e de atitude crítica, é o receio que muitos munícipes têm de afrontar publicamente o poder instalado.
Ao longo dos anos foi-se criando e consolidando na sociedade maçaense a ideia de que é importante estar nas “boas graças” dos “donos” do Concelho e não os afrontar publicamente, sob pena de poder ser prejudicado.
Os que agem desta forma fazem-no porque, tal como dizem em “circuito fechado”, temem pelo seu emprego (perdê-lo ou não o conseguir arranjar), pelo seu negócio ou pela sua associação. Há quem, numa ou noutra situação, já sentiu que foi prejudicado ou injustiçado por não ser “da cor” ou por ter discordado ou criticado quem governa. Alguns sentem, ou já lhes terão inclusive insinuado aos ouvidos, que manterem uma relação de proximidade ou amizade com alguma “gente” da oposição não é “bem vista”. E há até quem já percebeu que tem os “passos” controlados ou que as suas palavras, ditas por vezes num ambiente informal de café, rapidamente chegam a outros ouvidos.
Percebe-se que muitos munícipes tenham interiorizado este sentimento de receio. Em concelhos de pequena dimensão como o nosso, a Autarquia tem, efectivamente, uma capacidade excessiva de influenciar e determinar a vida das pessoas. Por exemplo, basta atentar no número de postos de trabalho que, na Câmara e noutras instituições, dependem directa ou indirectamente do Executivo Camarário.
O Executivo Camarário irrita-se, sente-se até ofendido, quando é acusado de privilegiar os que lhe estão mais próximos em termos político-partidários ou os que não o afrontam. Mas, se não existisse fonte de verdade nesta situação, alguma vez esse sentimento de receio seria comum a tanta gente? E se tudo isto não passa de uma cabala, então porque não adopta o Executivo Camarário maior rigor e transparência nas atitudes, nos critérios e nos procedimentos que adopta, de modo a afastar de vez essa ideia da cabeça das pessoas?
Até se admite que, por vezes, nada faça para que as coisas sejam assim. Mas também não é preciso, porque o “sistema” que foi sendo montando ao longo de vários anos é suficiente para manter a ideia bem vincada na cabeça das pessoas e lhes tolher as palavras e os actos.
No dia-a-dia, são muitos os munícipes que sentem ser demasiado forte e longo o “braço” da Autarquia. E isso é contraproducente para o Concelho, porque lhe rouba a dinâmica social de que ele necessita para se desenvolver.
Mação é um Concelho “fechado”, onde existe falta de debate de ideias e de atitude crítica.
Esta realidade acaba por influenciar negativamente o desenvolvimento do Concelho, porque reduz a dinâmica social, “abafa” o surgimento de novas ideias e diminui a pressão e os níveis de exigência sobre quem governa.
Temos um Concelho “fechado” não porque as pessoas sejam avessas ao debate ou demonstrem falta de espírito crítico mas, fundamentalmente, porque os sucessivos Executivos Camarários pouco ou nada têm feito para fomentar essa atitude activa, bem pelo contrário.
O problema começa por termos uma governação opaca. O Executivo Camarário governa segundo o princípio de que a legitimidade do voto lhe dá o direito de, durante o mandato, governar em “rédea solta” sem ter de informar ou prestar contas a ninguém. A Câmara é um “buraco negro”, do qual, para além da informação que a lei obriga a divulgar (e não é toda), pouca ou nenhuma outra informação escapa. Só os que acompanham de perto a vida política no Concelho, nomeadamente os elementos da oposição, vão dispondo de alguma informação.
O objectivo desta política parece claro: quanto menos os munícipes souberem, menos podem questionar. E, quanto menos questionarem, mais fácil se torna, no “momento da verdade”, convencê-los de que tudo está bem.
Não é por lapso ou por esquecimento que o Executivo Camarário, tão hábil e lesto a recorrer à comunicação social para se promover e promover as suas obras e iniciativas, pouco faz para divulgar tudo o que possa gerar debate ou controvérsia.
Age desta forma porque entende que os seus objectivos políticos e eleitorais serão mais facilmente alcançáveis se os munícipes estiverem menos informados.
Mas, pior que a falta de informação e, a consequente ausência de discussão e de atitude crítica, é o receio que muitos munícipes têm de afrontar publicamente o poder instalado.
Ao longo dos anos foi-se criando e consolidando na sociedade maçaense a ideia de que é importante estar nas “boas graças” dos “donos” do Concelho e não os afrontar publicamente, sob pena de poder ser prejudicado.
Os que agem desta forma fazem-no porque, tal como dizem em “circuito fechado”, temem pelo seu emprego (perdê-lo ou não o conseguir arranjar), pelo seu negócio ou pela sua associação. Há quem, numa ou noutra situação, já sentiu que foi prejudicado ou injustiçado por não ser “da cor” ou por ter discordado ou criticado quem governa. Alguns sentem, ou já lhes terão inclusive insinuado aos ouvidos, que manterem uma relação de proximidade ou amizade com alguma “gente” da oposição não é “bem vista”. E há até quem já percebeu que tem os “passos” controlados ou que as suas palavras, ditas por vezes num ambiente informal de café, rapidamente chegam a outros ouvidos.
Percebe-se que muitos munícipes tenham interiorizado este sentimento de receio. Em concelhos de pequena dimensão como o nosso, a Autarquia tem, efectivamente, uma capacidade excessiva de influenciar e determinar a vida das pessoas. Por exemplo, basta atentar no número de postos de trabalho que, na Câmara e noutras instituições, dependem directa ou indirectamente do Executivo Camarário.
O Executivo Camarário irrita-se, sente-se até ofendido, quando é acusado de privilegiar os que lhe estão mais próximos em termos político-partidários ou os que não o afrontam. Mas, se não existisse fonte de verdade nesta situação, alguma vez esse sentimento de receio seria comum a tanta gente? E se tudo isto não passa de uma cabala, então porque não adopta o Executivo Camarário maior rigor e transparência nas atitudes, nos critérios e nos procedimentos que adopta, de modo a afastar de vez essa ideia da cabeça das pessoas?
Até se admite que, por vezes, nada faça para que as coisas sejam assim. Mas também não é preciso, porque o “sistema” que foi sendo montando ao longo de vários anos é suficiente para manter a ideia bem vincada na cabeça das pessoas e lhes tolher as palavras e os actos.
No dia-a-dia, são muitos os munícipes que sentem ser demasiado forte e longo o “braço” da Autarquia. E isso é contraproducente para o Concelho, porque lhe rouba a dinâmica social de que ele necessita para se desenvolver.
1 comentário:
Meu Deus tanto pecado! Estes qualquer dia ainda vão para padres, sim porque ex seminaristas já há no seio do PS/Mação. O mandato está prestes a terminar e um prepara-se para a paróquia de Mação e outro para sacristão no Carvoeiro. Quando não se tem nada que fazer dizem só barbaridades...
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