Falam como se não tivessem passado

“Para nós, este é um dos caminhos que ajuda a fomentar a economia local. Foram os próprios donos dos restaurantes que nos incentivaram a criar outros eventos gastronómicos e, assim, nasceram outras ideias. Só não aderimos ao festival das palermices daqueles que criticam as nossas iniciativas”.

Saldanha Rocha na conferência de imprensa de promoção do Festival da Lampreia
Fonte: Jornal “O Mirante” de 07 de Março

Se, como refere Saldanha Rocha, “este é um dos caminhos que ajuda a fomentar a economia local”, é legítimo colocar-lhe 2 questões:

1) Então porque é que só o ano passado o Executivo Camarário “descobriu” finalmente os festivais gastronómicos e as suas vantagens para a economia local?

2) Porque não avançou muito antes o Executivo Camarário com este tipo de iniciativa, tal como nós e muitos outros sempre defenderam, e tal como muitos outros municípios de norte a sul do país há muitos anos vêm fazendo?

Saldanha Rocha e os membros do Executivo Camarário falam com a maior das descontracções, como se tivessem chegado recentemente e não tivessem um passado de quase uma dúzia de anos à frente dos destinos do Concelho.

Fica-se incrédulo com a forma como se passa uma “esponja” sobre um passado de 12 anos.


Comentário Final:

Há quem apenas consiga aderir ao “Festival das Palermices”. Será, porventura, o nosso caso.

Em contrapartida, existem outros a quem o destino bafejou com uma substancial dose de inteligência e de perspicácia. Mas que, ainda assim, não conseguem evitar que, quando se olha para eles, venha à memória a história daquela mãe que, ao ver o filho a marchar na parada militar com o passo trocado, diz para o marido: "Vê lá tu, todos vão com o passo trocado e só o nosso filho vai com o passo certo".