Nesse sentido, efectuou um ajuste directo à empresa João Brízida – Artes Gráficas, Lda para o fornecimento do equipamento, mediante o pagamento de € 13.860 (+ IVA), assim desagregados:
- € 6.660 (+ IVA) relativos à produção e instalação dos “porta-estandartes” (€ 222 por cada um);
- € 7.200 (+ IVA) pela manutenção dos “porta-estandartes” durante 1 ano, bem como a colocação / mudança de 6 cartazes relativos a outros tantos eventos e a colocação de lamparinas em 2 desses eventos (€ 240 por cada um).
Analise-se o negócio com mais detalhe.
1) Fornecimento dos “porta-estandartes”
Sendo os “porta-estandartes” construídos em tubo de ferro, a João Brízida – Artes Gráficas, Lda subcontratou o seu fornecimento à Fernando Godinho, Lda, de Mação, tendo cobrado à Câmara, como já foi referido, € 222 (+ IVA) por cada um.
Acontece que, de acordo com informação apurada e sustentada num orçamento idêntico solicitado à Fernando Godinho, Lda, o preço cobrado por esta à João Brízida – Artes Gráficas, Lda terá sido cerca de 20% menos que os € 222 cobrados por cada “porta-estandarte” à Câmara. Donde se conclui que o Executivo Camarário teria poupado cerca de € 1.000 ao erário municipal se tivesse encomendado directamente os “porta-estandartes” à Fernando Godinho, Lda.
Confrontado com este negócio na reunião de Câmara, o Executivo Camarário argumentou que adjudicou os “porta-estandartes” à empresa João Brízida – Artes Gráficas, Lda para evitar ser acusado de cometer uma ilegalidade, ao desdobrar o trabalho em duas adjudicações.
Mas este argumento não faz qualquer sentido porque, na realidade, são 2 serviços distintos: por um lado o fornecimento dos “porta-estandartes” e, por outro, o fornecimento dos cartazes. Se assim não fosse, quando, por exemplo, a Câmara adquire uma impressora ficava obrigada a adquirir o “tonner” à mesma empresa. Um argumento que se percebe ter sido utilizado apenas para “atamancar” uma justificação para (mais) um mau negócio do Executivo Camarário.
O Executivo Camarário afirmou ainda na reunião que desconhecia a quem é que a João Brízida – Artes Gráficas, Lda tinha adjudicado os “porta-estandartes”. Mas alguém acredita que o Executivo Camarário não sabia que o fornecedor dos “porta-estandartes” era a Fernando Godinho, Lda? Pela nossa parte não acreditamos e temos razões para assim pensar.
2) Manutenção e colocação de cartazes e lamparinas durante 1 ano
Por cada colocação / mudança de cartazes a João Brízida – Artes Gráficas, Lda cobra à Câmara € 1.200 (240 contos), ou seja € 40 (8 contos) por cada “porta-estandarte”.
Considerando que cada “porta-estandarte” leva 1 aplicação em vinil com 2 faces (2 cartazes), com a dimensão de 50 cm × 70 cm, colado sobre uma “chapa” de PVC alveolar de dimensão semelhante, entendemos que se trata de um preço elevado.
Além disso, no cartaz alusivo à Feira dos Santos a dita “chapa” de PVC não foi colocada (fazendo com que o mesmo enrolasse, dificultando a leitura), o que, devido ao aligeiramento do trabalho, torna o preço pago ainda mais caro.
Para que os leitores possam ter uma ideia mais precisa, aquando da campanha eleitoral autárquica, o PS/Mação pagou € 11,00 por cada cartaz de vinil já aplicado em placa (por sinal com maior dimensão, 90 cm × 60 cm). Mesmo considerando que, no caso dos “porta-estandartes”, são 2 impressões, o preço não ultrapassaria, no máximo, os € 18, o que daria para os 30 cartazes € 540.
Para confirmar estes valores, solicitou-se um novo orçamento a uma outra empresa gráfica, a qual apresentou o valor de € 475 (+ IVA) para os 30 cartazes, frente e verso, aplicados sobre uma placa de PVC.
Ou seja, em ambos os casos os cartazes custam menos de metade que o valor pago pela Câmara.
É um facto que o valor cobrado inclui a colocação dos cartazes. Mas esta tarefa terá um custo reduzido, dado que pode ser feita em muito poucas horas, em virtude da sua simplicidade e dos 30 “porta-estandarte” se estenderem por um percurso com cerca de 1 quilómetro.
Em conclusão, uma consulta a 3 ou 4 empresas teria permitido ao Executivo Camarário obter um preço inferior relativamente ao que se predispôs a pagar pelos “porta-estandartes” e respectivos cartazes.
Nota Final:
A Câmara pode e deve ajudar os empresários do concelho, como por exemplo a João Brízida – Artes Gráfica, Lda, ou outras, mas deverá fazê-lo sempre numa óptica de interesse e defesa do Município e não com o sistemático recurso ao ajuste directo “nu e cru”. Isto é, apenas com uma proposta solicitada sempre ao(s) mesmo(s).
É evidente que a João Brízida – Artes Gráficas, Lda, enquanto empresa privada que é e numa lógica de mercado, limitou-se a fazer um negócio que o Executivo Camarário esteve disponível para fazer.
O que é criticável é que, mais uma vez, o Executivo Camarário realizou um mau negócio e “deitou dinheiro fora”. E este tanta falta faz para dar resposta a outros problemas e desafios do concelho, nomeadamente nesta fase de acentuada crise em que vivemos e em que se anunciam cortes nas transferências da Administração Central para as Autarquias.
6 comentários:
Como é que isto é possível? Andamos todos a ser enganados.
Áh só agora é que percebeste que Mação está a andar no mau caminho?
Hoje fez-se uma manifestação em Lisboa contra ao governo, deviamos era fazer também uma em frente à Câmara de Mação.
De todas as despesas apresentadas, aquela que mais me indignou, foi aquela dos quase 8.000 contos que foram parar aos bolsos de José Cid e de uma tal Deolinda. Já ouviram falar em inovação? Todos ao mesmo, com o mesmo objectivo: embrutecer cada vez mais o povo para lhe sacar facilmente os votos.
Quando é que alguém pensa diferente?
Quando reduzem o ruído?
Isto não surpreende porque toda a gente sabe que o Brízida é bom tipo mas é careiro. Mas a culpa não é do Brízida mas da Câmara que não procura negociar melhores preços com os seus fornecedores. E porque é que não o faz? Isso é que é um mistério…
A culpa disto não é do João Brísida. É do Saldanha e principalmente do Vasco que é quem já manda na Câmara.
Ainda há bons negócios, mas não é para o Brizida!!! Ainda faltam 3 anos para o próximo acto eleitoral. Como pensam vocês que se pagam os cartazes eleitorais do PSD feitos no Brizida? Como é óbvio vão-se pagando ao longo dos 4 anos com o dinheiro da nossa Vaquinha. Dirão, mas o Brizida passa factura e eles pagam em cheque, pois ..., e será que o MONEY não dá uma volta e regressa ao mesmo, ou em vez de se facturar 1000 cartazes a 20€, factura-se a 15€, por exemplo, ou ainda melhor, facturam-se só 200 acima do valor de mercado a 25€, para não levantar suspeitas e fazem-se 1000 na mesma, quem é que os vai contar!!! Como estão a ver, existe muita forma de matar pulgas. Mas uma coisa eu sei, o Brizida não ganha mais que o normal com esta trapalhada. O rapaz ainda tem de se socorrer da mão de obra infantil para distribuir os panfletos dos negócios do Presidente.
Não se esqueçam que o esforço financeiro da próxima campanha eleitoral do PSD vai ser pelo menos o dobro dos anteriores. Candidato NOVO.
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