Estas alterações desvirtuam o Orçamento e o Plano de Actividades inicialmente aprovados e são um sinal claro da sua dificuldade / incapacidade para estimar, com algum rigor, aquilo que perspectiva receber e gastar em cada ano.
Mas, mais grave que as alterações em si, é aquilo que elas encerram. Com efeito, salvo raríssimas excepções, elas servem apenas para aumentar as despesas correntes da Câmara, em detrimento das despesas com o investimento.
Com estas 6 alterações ao orçamento o Executivo Camarário aumenta as despesas correntes em € 650.000 (130.000 contos), o que representa um acréscimo de 8,9% face ao orçamento inicial.
Vejamos alguns dos principais aumentos registados:
1) Gasóleo
- Orçamento Inicial: € 220.000
- Orçamento Actual: € 334.900
- Acrécimo: 52,2%
2) Outros Combustíveis (s/ gasolina)
- Orçamento Inicial: € 90.000
- Orçamento Actual: € 113.000
- Acrécimo: 25,6%
3) Seminários e Exposições
- Orçamento Inicial: € 120.000
- Orçamento Actual: € 200.000
- Acrécimo: 66,7%
4) Publicidade
- Orçamento Inicial: € 80.000
- Orçamento Actual: € 145.000
- Acrécimo: 81,3%
5) Trabalhos Especializados
- Orçamento Inicial: € 490.000
- Orçamento Actual: € 585.000
- Acrécimo: 19,4%
6) Aquisição de Bens de Limpeza e Higiene
- Orçamento Inicial: € 17.000
- Orçamento Actual: € 28.000
- Acrécimo: 64,7%
7) Material de Escritório
- Orçamento Inicial: € 64.000
- Orçamento Actual: € 83.000
- Acrécimo: 29,7%
8) Produtos Químicos e Farmacêuticos
- Orçamento Inicial: € 28.000
- Orçamento Actual: € 46.000
- Acrécimo: 64,3%
9) Encargos de Instalações
- Orçamento Inicial: € 90.000
- Orçamento Actual: € 140.000
- Acrécimo: 55,6%
10) Prémios, Condecorações e Ofertas
- Orçamento Inicial: € 30.000
- Orçamento Actual: € 40.900
- Acrécimo: 33,3%
Em contrapartida, as despesas de investimento já sofreram um decréscimo de 14% em relação ao previsto. E ainda faltam 3 meses para acabar o ano…
Os Vereadores do PS têm mostrado total discordância com esta política despesista, porque ela retira à Câmara capacidade para investir nas diversas áreas em que o concelho está carenciado. Mas nenhum argumento demove o Executivo Camarário desta política que, a cada ano que passa, deixa o concelho mais pobre e com menor capacidade para fazer face aos desafios que tem pela frente.
Daí que, para ainda conseguir fazer umas “flores” ao nível do investimento, o Executivo Camarário tenha tido necessidade de recorrer ao endividamento bancário, preparando-se para, já este ano, utilizar € 850.000 do empréstimo de € 2.500.000 que recentemente aprovou.
Veremos como tudo isto vai acabar.
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